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O futuro é hoje!
By Keith R | September 27, 2007
Topics: Environmental Protection | No Comments »
It is a pleasure to welcome a second guest post by Brazilian Federal Deputy Arnaldo Jardim — for a full introduction please see his "Cidadania Ambiental." As I mentioned in that post, for those of you who cannot read Portuguese, you can always use the handy translation button in the righthand column of this blog.
É um prazer introduzir um segundo artigo pelo Deputado Federal Brasileiro Arnaldo Jardim — para uma introdução completa dele, por favor consulta seu "Cidadania Ambiental."
O futuro é hoje!
Eventos climáticos extremos como tempestades e enchentes, pandemias e doenças respiratórias crônicas, escassez de água, extinção de culturas agrícolas, testemunhamos tais “fatalidades” como isoladas, mas já é consenso que são sintomas do acelerado processo de degradação do meio ambiente promovido pelo Homem. Qual o custo desta insustentabilidade ambiental para a sociedade?
O Relatório Stern causou alarde ao concluir que PIB mundial poderá sofrer uma perda de 3% (cerca de US$ 1,3 trilhão), caso a temperatura média global suba três graus Celsius. Pesquisas da Cepagri – Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp, apontam que culturas agrícolas sofrerão uma queda de produtividade drástica com o aumento da temperatura. Nos próximos 20 anos, dois terços da população mundial sofrerão com a escassez de recursos hídricos, segundo as Nações Unidas (ONU).
Discussões globais como a Eco-92, o Protocolo de Kyoto, os Princípios do Equador, a busca por energia renovável, a negociação de créditos de carbono, levam a mudanças de condutas e hábitos, desdobrando-se nas fábricas, nas fazendas, nas nossas casas.
A população em geral pode não estar a par da complexidade de medidas para reduzir a contaminação do meio ambiente, estimular práticas ecoeficientes e preservar nossos recursos naturais, mas sofre com as conseqüências e paga um alto custo pelo descaso ambiental.
Empresas, bancos, organizações não-governamentais, integrantes da administração pública e da comunidade acadêmica erceberam que o desafio da sustentabilidade não é simplesmente “bom mocismo” ou marketing ambiental, na ponta do lápis, investir em preservação é o diferencial econômico deste século.
O anuário Análise – Gestão Ambiental (2007) demonstra que esta prática tornou-se comum entre as 500 maiores empresas do país. 59% delas têm uma política ambiental integrada as demais políticas da organização; 82% possuem relatórios de impacto ambiental; 86% delas fazem coleta seletiva de lixo; 12 mil hectares é o total de área natural mantida por elas; 56% das empresas conscientizam seus funcionários sobre o consumo de água e energia elétrica; R$ 4,6 bilhões foram gastos com passivos ambientais, nos últimos três anos.
Pesquisa da Pricewaterhouse corrobora: o tratamento e o transporte de resíduos, assim como correções de problemas, fizeram com que empresas brasileiras investissem R$ 1,2 bilhão em 2005, R$ 1,4 bilhão em 2006, e para este ano espera-se que desembolsem mais de R$ 1,6 bilhão.
Hoje, o Brasil possui 61 empresas certificadas com créditos de carbono emitidos pela ONU, que efetivamente estão recendo dinheiro por isso. Estimativas apontam que o mercado de créditos de carbono no país – com base no preço médio de 8 euros por tonelada de CO2 (2006) – gire em torno de R$ 240 milhões. A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, deve embolsar nove milhões de euros com a venda de créditos de carbono do Aterro Sanitário de Bandeirantes.
A BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) acaba de lançar o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) para estruturar negociações de créditos de carbono. No Banco de Projetos é possível fazer o registro eletrônico de projetos e empreendimentos que promovam a redução de emissões ou o seqüestro de gases de efeito estufa da atmosfera.
Concomitantemente a preocupação com prejuízos advindos de passivos ambientais, no mundo corporativo, certificações ambientais, respeito à legislação trabalhista, responsabilidade social, adoção de práticas ecoeficientes e de eficiência energética estão se tornando diferencias de competitividade e uma oportunidade de novos negócios no comércio global. No desafio de consumir menos recursos naturais, mitigar a geração de resíduos e aumentar a produtividade, o setor produtivo se vê obrigado a promover uma revolução no “chão da fábrica”, com investimentos maciços em inovação e pesquisa para evitar o desperdício e atender a uma sociedade cada vez mais consciente das mazelas do consumo desenfreado.
Neste contexto, há necessidade de políticas públicas capazes de nortear um crescimento econômico aliado à justiça social e a preservação ambiental. O estabelecimento deste marco regulatório aumenta a responsabilidade do Poder Legislativo de “dar forma” a um arcabouço ambiental capaz de delinear nosso desenvolvimento sustentável neste Século XXI. Após longos 16 anos, chega ao Congresso Nacional o projeto de lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, uma oportunidade para tratarmos o assunto de forma definitiva, com uma visão inovadora e equilibrada, a exemplo da experiência bem sucedida com a lei paulista sobre o tema.
Cabe a sociedade civil organizada cobrar rapidez, o cumprimento de prazos e a implementação destas práticas no seu cotidiano, para que as boas idéias não fiquem apenas no papel ou apenas na retórica. Neste compromisso com o futuro, ações voltadas à sustentabilidade ambiental devem ser responsabilidade de todos.
arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
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